Com o objetivo de refletir sobre os rumos do livro e da literatura contemporânea brasileira, buscando qualificar a leitura, iniciou-se hoje 24/11 no Instituto Goethe o seminário Debates Contemporâneos, tendo como mediador José Castello, além de uma plateia lotada de leitores, maratonistas e amantes da literatura! Nos dias 25 e 26 de novembro, os debates e oficinas de leitura continuam no Instituto Goethe e no Instituto de Letras/UFRGS.
Um pouco do escritor: nascido no RJ mas radicado em Curitiba, Castello é escritor e crítico literário brasileiro (ele não se considera um crítico). É autor de crônicas publicadas periodicamente no jornal O Globo e de vários livros.
Hoje foi abordado como tema central de reflexão a literatura brasileira contemporânea. O escritor traçou um panorama geral, listando pontos-chave que para ele são o grande problema do nosso meio literário. Abaixo, cito eles:
1) Pulverização do cenário, mundialmente falando: o escritor é um "aventureiro solicitário", onde se dão vários caminhos entre os escritores. Por ser solicitário, o escritor não segue tendências.
2) Perplexidade dos escritores: a voz do "Eu" que se dá na escrita, na história contada num livro não é do autor, mas sim de um outro "Eu" dentro do próprio autor. Um "Eu" com identidade perplexa.
3) Desconfiança: é um problema da literatura brasileira. Os leitores desconfiam dos livros que vão ler. O leitor nunca está preparado para ler um livro.
4) A Solidão: os escritores se sentem muito sozinhos. Eles sentem a necessidade de estarem isolados para ouvir a si mesmo. "O exercício da leitura é um exercício de introspecção".
5) Estado de Oscilação: "o escritor se sente sem chão". "É como se estivesse escrevendo em cima do pântano ou num chão irregular".
6) Estado de Cegueira: que trabalha o escritor. "A literatura torna-se um laboratório humano". Na literatura, o escritor permite-se libertar. Mostrar seu estado de espírito. Torna-se um espaço de liberdade.
7) Resistência: o escritor torna-se resistente, "porque escreve para resistir". E, ele não a causa para provocar ou gerar discussões, mas uma forma de refletir sobre algo. Não existe por parte desse tipo de escritor um símbolo comercial, onde escreveria para a necessidade atual do mercado. "A literatura é um ponto de resistência e reflexão sobre o país". O escritor não vem na resistência com o intuito de organizar algo, mas com o objetivo de propor algo. "Uma janela se abre na narrativa contemporânea brasileira". "Ela nos ajuda a respirar".
8) Apatia: um estado de insensibilidade, de indiferença entre as pessoas. É tudo tão volátil, descartável que elas se sentem desgastadas, sem energia. Os indivíduos não sabem o que querem, tornando-se sem reações diante das várias situações, da realidade. Isso porque vivemos num fluxo informacional maior do que no passado.
9) Enfrentar a Realidade: o escritor está tendo de encarar este novo significado de realidade. Mas, "o que é realidade"? Ela está cada vez mais complicada. E isso é ótimo, segundo Castello, porque os escritores estarão criando coragem para ir mais além.
10) Sufocados pelo Presente: diante de tantas demandas da informação, cada um tende a ter uma visão diferente naquilo que vai escrever, e não ideias/pensamentos e objetivos iguais. Senão, as coisas estariam tomando um rumo de clichê!
Na opinião de José Castello, "a Internet boutou todo mundo a escrever. Isso motivou diretamente as gerações mais novas", conhecida por Geração Y; aquela que pensa e vive a Web. E, de forma alguma o escritor perdeu seu valor. Pelo contrário, houve "a revalorização da palavra escrito", algo que tinha se perdido.
Convidamos à todos para quarta 25 e na quinta 26 de novembro darmos continuidade ao seminário e às oficinas de leitura no Instituto Goethe e no Instituto de Letras/UFRGS.
Toda a programação é gratuita e com emissão de certificados.
Informações, programação e inscrições pelos telefones: 32898072/32898073
cll@smc.prefpoa.com.br
Nos segue no twitter: twitter.com/maratonadolivro
Um pouco do escritor: nascido no RJ mas radicado em Curitiba, Castello é escritor e crítico literário brasileiro (ele não se considera um crítico). É autor de crônicas publicadas periodicamente no jornal O Globo e de vários livros.
Hoje foi abordado como tema central de reflexão a literatura brasileira contemporânea. O escritor traçou um panorama geral, listando pontos-chave que para ele são o grande problema do nosso meio literário. Abaixo, cito eles:
1) Pulverização do cenário, mundialmente falando: o escritor é um "aventureiro solicitário", onde se dão vários caminhos entre os escritores. Por ser solicitário, o escritor não segue tendências.
2) Perplexidade dos escritores: a voz do "Eu" que se dá na escrita, na história contada num livro não é do autor, mas sim de um outro "Eu" dentro do próprio autor. Um "Eu" com identidade perplexa.
3) Desconfiança: é um problema da literatura brasileira. Os leitores desconfiam dos livros que vão ler. O leitor nunca está preparado para ler um livro.
4) A Solidão: os escritores se sentem muito sozinhos. Eles sentem a necessidade de estarem isolados para ouvir a si mesmo. "O exercício da leitura é um exercício de introspecção".
5) Estado de Oscilação: "o escritor se sente sem chão". "É como se estivesse escrevendo em cima do pântano ou num chão irregular".
6) Estado de Cegueira: que trabalha o escritor. "A literatura torna-se um laboratório humano". Na literatura, o escritor permite-se libertar. Mostrar seu estado de espírito. Torna-se um espaço de liberdade.
7) Resistência: o escritor torna-se resistente, "porque escreve para resistir". E, ele não a causa para provocar ou gerar discussões, mas uma forma de refletir sobre algo. Não existe por parte desse tipo de escritor um símbolo comercial, onde escreveria para a necessidade atual do mercado. "A literatura é um ponto de resistência e reflexão sobre o país". O escritor não vem na resistência com o intuito de organizar algo, mas com o objetivo de propor algo. "Uma janela se abre na narrativa contemporânea brasileira". "Ela nos ajuda a respirar".
8) Apatia: um estado de insensibilidade, de indiferença entre as pessoas. É tudo tão volátil, descartável que elas se sentem desgastadas, sem energia. Os indivíduos não sabem o que querem, tornando-se sem reações diante das várias situações, da realidade. Isso porque vivemos num fluxo informacional maior do que no passado.
9) Enfrentar a Realidade: o escritor está tendo de encarar este novo significado de realidade. Mas, "o que é realidade"? Ela está cada vez mais complicada. E isso é ótimo, segundo Castello, porque os escritores estarão criando coragem para ir mais além.
10) Sufocados pelo Presente: diante de tantas demandas da informação, cada um tende a ter uma visão diferente naquilo que vai escrever, e não ideias/pensamentos e objetivos iguais. Senão, as coisas estariam tomando um rumo de clichê!
Na opinião de José Castello, "a Internet boutou todo mundo a escrever. Isso motivou diretamente as gerações mais novas", conhecida por Geração Y; aquela que pensa e vive a Web. E, de forma alguma o escritor perdeu seu valor. Pelo contrário, houve "a revalorização da palavra escrito", algo que tinha se perdido.
Convidamos à todos para quarta 25 e na quinta 26 de novembro darmos continuidade ao seminário e às oficinas de leitura no Instituto Goethe e no Instituto de Letras/UFRGS.
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Programação completa aqui no blog debatesdolivroeliteratura.blogspot.com
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